quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Passado e o Futuro ambos residem no presente

Quando pensamos sobre o passado, sentimentos ou lamentos ou vergonha podem surgir. Quando pensamos sobre o futuro, sentimentos de desejo ou medo podem vir a tona. Mas todos os sentimentos surgem no momento presente e todos eles afetam o momento presente. A maioria do tempo, seu efeito não contribui para nossa felicidade ou alegria. Temos que aprender como encarar estes sentimentos. A principal coisa que precisamos lembrar é que o passado e o futuro estão ambos no presente e se tomarmos conta do momento presente então também transformaremos o passado e o futuro.

Como podemos transformar o passado? No passado podemos ter dito ou feito algo destrutivo ou que possa ter ferido alguém e agora lamentamos. De acordo com a psicologia budista, lamento é uma “emoção indeterminada”. Isto significa que pode ser construtiva ou destrutiva. Quando sabemos que alo que dissemos ou fizemos causou dano, podemos fazer surgir uma mente de arrependimento, prometendo que no futuro não repetiremos o mesmo erro. Neste caso, nosso sentimento de lamento é saudável. Se, por outro lado, o sentimento de lamento continua a nos perturbar, tornando impossível que nos concentremos ou qualquer outra coisa, nos tirando toda paz e alegria de nossas vidas, então este sentimento de lamento tem um efeito não saudável.

Quando o lamento se torna não saudável, deveríamos inicialmente distinguir se a causa estava baseada em algo que fizemos ou dissemos ou em algo que deixamos de dizer ou fazer. Se no passado, dissemos ou fizemos algo destrutivo, podemos chamar isso de um “erro de ação”. Dissemos ou fizemos algo com falta de plena atenção, e isso causou dano.

Às vezes cometemos um “erro de omissão”. Causamos dano por não dizer ou fazer o que precisava ser feito ou dito, e isto nos trouxe lamento e tristeza. Nossa falta de plena atenção estava presente e seus resultados ainda estão presentes. Nossa dor, vergonha e lamento são uma parte importante desse resultado. De observarmos o presente profundamente e tomarmos conta dele, podemos transformá-lo. Fazemos isso por meio da plena consciência, determinação, ações corretas e fala correta. Tudo isso acontece no momento presente. Quando transformamos o presente desta maneira, também transformamos o passado e ao mesmo tempo, construímos o futuro.

Se dissermos que tudo está perdido, tudo está destruído ou que o sofrimento já aconteceu, nos não estamos vendo que o passado se tornou o presente. É claro que o sofrimento já foi causado e as feridas desse sofrimento podem tocar exatamente na nossa alma, mas ao invés de lamentarmos ou sofrermos pelo que fizemos no passado, deveríamos tomar conta do presente e transformá-lo. Os traços de uma seca ruim só podem ser apagados por uma generosa chuva e ela só pode cair no momento presente.

No budismo o arrependimento é baseado no entendimento que a ação errada se origina na mente. Há um gatha do arrependimento:

Todas as ações erradas surgem por causa da mente.
Se a mente é transformada, podem as ações erradas continuarem?
Depois do arrependimento, meu coração está leve
Como a nuvem flutuando livre no céu.

Devido à nossa falta de plena consciência, como nossa mente estava obscurecida pelo desejo, raiva e ciúme, agirmos de forma errada. Isto é o que significa “Todas as ações errôneas surgem por causa da mente“. Mas se as ações errôneas surgem da nossa mente, podem também serem transformadas pela nossa mente. Se nossa mente é transformada, então os objetos percebidos pela nossa mente também serão transformados.

Tais transformações estão disponíveis se soubermos como retornar ao momento presente. Uma vez que tivermos transformado nossa mente, nosso coração ficará tão leve como uma nuvem flutuante e nos tornaremos fonte de paz e alegria para nós mesmos e para os outros. Ontem talvez por causa de alguma bobagem ou raiva dissemos algo que fez nossa mãe triste. Mas hoje nossa mente está transformada e nosso coração leve, e podemos ver nossa mãe sorrindo para nós, mesmo se ela não está mais viva. Se pudermos sorrir dentro de nós mesmos, nossa mãe também poderá sorrir conosco.

Se pudermos transformar nosso passado, poderemos também transformar o futuro. Nossas ansiedades e temores do futuro fazem o presente escuro. Não há dúvidas que o futuro será escuro também, porque o futuro é feito do presente. Tomar conta do presente é a melhor forma de tomar conta do futuro. Às vezes, como ficamos tão preocupados com o que acontecerá no dia seguinte, nos reviramos a noite toda incapazes de dormir. Preocupamos-nos que se não dormirmos durante a noite ficaremos cansados no próximo dia e incapazes de atuar com o melhor de nossa habilidade.

Quanto mais nos preocupamos, mais difícil é para dormirmos. Nossas preocupações e medos do futuro destroem o presente. Mas se pararmos de pensar sobre o amanhã e apenas ficarmos na nossa cama e seguirmos nossa respiração, realmente desfrutando da oportunidade que temos de descansar, não apenas iremos saborear os momentos de paz e alegria sob os cobertores quentes, mas também iremos cair no sono facilmente e naturalmente. Este tipo de sono é uma grande ajuda para fazer do dia seguinte um grande sucesso.

Quando ouvimos que as florestas do planeta estão doentes e morrendo rapidamente, podemos nos sentir ansiosos. Estamos preocupados com o futuro porque estamos conscientes do que está acontecendo no presente momento. Nossa consciência pode nos motivar a fazer algo para parar a destruição de nosso ambiente. Obviamente, nossa preocupação pelo futuro é diferente dos temores e ansiedade que apenas nos drenam forças. Temos que saber como desfrutar a presença das árvores bonitas e saudáveis de forma a sermos capazes de fazer alguma coisa para protegê-las e preservá-las.

Quando jogamos uma casca de banana no lixo, se formos plenamente atentos, saberemos que a casca se tornará composto e renascerá como um tomate ou uma salada de alface em apenas poucos meses. Mas se jogarmos uma sacola de plástico no lixo, graças a nossa consciência, saberemos que a sacola não se tornará um tomate ou uma salada de alfaces muito rapidamente. Alguns tipos de lixo precisam de 400 ou 500 anos para se decompor. O lixo nuclear precisa de 250.000 anos antes de deixar de ser perigoso e retornar ao solo. Se vivermos no momento presente de forma desperta, tomando conta do momento presente com todo nosso coração, não faremos coisas que nos destruirão no futuro. Esta é a forma mais concreta de fazer o que é construtivo no futuro.

Na nossa vida diária, podemos também produzir venenos para nossas mentes e estes venenos destruirão não apenas a nós, mas também àqueles que vivem conosco, no presente e no futuro também. Budismo fala sobre três venenos: desejo, aversão e ignorância. Adicionalmente há outros venenos cuja capacidade de ferir é grande: ciúme, preconceito, orgulho, suspeita e teimosia.

Na nossa relação diária conosco mesmos e nosso ambiente qualquer um destes venenos podem se manifestar, queimar e destruir nossa paz e alegria, assim como a paz e alegria daqueles ao nosso redor. Estes venenos podem persistir e poluir nossas mentes, causando amargas conseqüências no futuro.

Portanto viver no momento presente é também aceitar e encarar estes venenos assim que surgirem, manifestarem e retornarem ao inconsciente e praticar a meditação de observação para transformá-los. Esta é uma prática budista. Viver no momento presente é também ver as coisas saudáveis e maravilhosas de forma a nutri-las e protegê-las. Felicidade é o resultado direto de encarar as coisas e ficar em contato. Esta felicidade é o material do qual um lindo futuro é manufaturado.

(Do livro “Our appointment with life”– Thich Nhat Hanh)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

5 Tempos para a Morte

Até 28 de Novembro, de quintas a domingos, às 21hs com sessão extra nas sextas e sábados às 19hs. Teatro Renascença, Av. Érico Veríssimo, 307. Entrada Franca.




FICHA TÉCNICA
Elenco: Celina Alcântara, Ciça Reckziegel, Dedy Ricardo, Gisela Habeyche e Thiago Pirajira, Direção: Gilberto Icle, Assistência de Direção: Shirley Rosário, Iluminação: Bathista Freire, Figurinos e Cenografia: Chico Machado, Acessórios Cênicos: Marco Fronckowiak e Maura Sobrosa, Músicas: Flavio Oliveira, Produção: Anna Fuão,Fotos: Claudio Etges

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Lição

Até 19 de dezembro de 2010 Sextas, sábados e domingos - 20h



Ficha técnica:

Texto: EUGÈNE IONESCO, Direção: MARGARIDA LEONI PEIXOTO, Elenco: MARCELO ADAMS e LUÍSA HERTER, Cenografia: ZOÉ DEGANI, Figurinos: RÔ CORTINHAS, Iluminação: FERNANDO OCHÔA, Trilha sonora: MOYSÉS LOPES e OLY JR., Fotografias: JÚLIO APPEL, Projeto gráfico: DÍDI JUCÁ, Divulgação: BEBÊ BAUMGARTEN, Bilheteria: RENATA SAVARIS, Produção e realização: CIA. DE TEATRO AO QUADRADO


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O ANIMAL AGONIZANTE

 Estreia hoje às 21h no Teatro São Pedro mais um espetáculo de Luciano Alabarse, com Luiz Paulo Vasconcelos, Luciana Éboli e Thales Oliveira.
estas fotos foram feitas no ensaio do dia 28/10/2010 no centro cenotécnico.




Eleições 2010... UFA!!!


O caminho foi escolhido, temos a primeira Presidenta do Brasil, como diria o cara aquele “nunca antes na historio deste país”.
Só espero que a Presidenta não espere mais do que seis meses (e já estou sendo generoso) e aproveite os seus quase sessenta milhões de votos para implantar as reformas que este país tanto precisa e que os outros dois presidentes e o congresso deixaram o tempo passar e não fizeram.
Que as circunstâncias tão favoráveis sejam percebidas e aproveitadas de maneira que o bem comum prevaleça ao individual.

Escrevi este post no dia 03/11, e para minha surpresa (não tanto assim) ao abrir os jornais do dia 04/11 já encontro matérias e defesas veementes da volta da CPMF. O QUE É ISSO COMPANHEIRO?

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Cow Parede, os vandalos atacam outra vez...


O rebanho da Cow Parade sofreu outras duas baixas em Porto Alegre, nesta terça-feira. A "Vaclown", do artista Daniel Lion, teve o nariz de palhaço arrancado, no início da tarde, perto do Monumento ao Expedicionário, no Parque Farroupilha. Outra obra, na Praça Maurício Cardoso, no bairro Moinhos de Vento, teve os fones de ouvido furtados. Será providenciada a reposição dos objetos.
De acordo com a assessoria do evento, uma equipe de manutenção deve ir até os locais providenciar os reparos. A assessoria acredita que pelo menos 10% das 80 vacas já foram alvo de algum ato de vandalismo, mas informa que outras cidades que receberam a Cow Parade também tiveram uma quantidade parecida de ataques.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Bienal de São Paulo 2010

Gil Vicente
Pintor, desenhista, gravador, fotógrafo e escultor Pernambucano.
obra: "Inimigos" em exposição na 29ª Bienal de São Paulo de 25 de setembro a 12 de dezembro 2010.









sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O QUE É ZEN?

É uma das doutrinas do budismo, cuja origem remonta ao ano 500 a.C., baseada nos ensinamentos de Siddhartha Gautama, príncipe indiano que renunciou aos luxos e privilégios para buscar a total compreensão do sofrimento. Quando alcançou a iluminação, Siddhartha ficou conhecido como Buda, "aquele que desperta". Ele dizia que sofrimento e tristeza resultam do apego a situações, pessoas e objetos impermanentes, e ensinou sobre o "caminho do meio", que nos leva a evitar os extremos. Mil anos depois, o discípulo Bodhidharma viajou da Índia à China e transmitiu o conhecimento. Assim foi o encontro do budismo indiano com o taoísmo chinês (na época, uma das principais doutrinas da China), que resultou no ch´an budismo. Na sua expansão até o Japão, ganhou o nome zen - "o estado mental equivalente à meditação". A percepção da nossa natureza individual faz parte da prática zen e idealmente leva ao autoconhecimento, à compreensão da realidade e a uma maior harmonia entre ações, reações e circunstâncias.

A iluminação, ou satori, é o objetivo final, traz sabedoria perfeita e grande compaixão, como ensina o antigo mestre Pao Chih: "Se você compreender que a essência do desejo é vazia, então até o calor infernal terá frescor. O Grande Caminho está bem diante dos olhos". As duas principais correntes no zen budismo são rinzai zen e soto zen. A primeira enfatiza a prática de koans, pequenos diálogos incompreensíveis à luz do pensamento discursivo, que ajudam a exaurir o circuito mental. Já o soto zen prioriza a prática de zazen, a técnica de meditação disciplinada para afastar as ligações com o corpo e a mente, baseada no não-pensamento. Popularmente, quando uma pessoa está muito tranqüila ou contemplativa, dizemos que ela "está zen".

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Abrindo o Baú

Espetáculo A Casa das Quatro luas


A diretora Luciana Éboli (de Locomoc e Milipilli) apresenta A Casa das Quatro Luas, no Teatro Renascença (Erico Verissimo, 307), com apresentações aos sábados e domingos às 16h. A montagem é uma adaptação do livro infantil mais conhecido do escritor Josué Guimarães (1921-1986). Com uma trama recheada de aventuras para as crianças, a peça conta a história dos irmãos Rodrigo e Adriana que, com os pais, passam o final de semana na casa nova do sítio, na companhia do primo Daniel e dos amigos Davi e Cíntia. Eles decidem descobrir a velha casa abandonada dos bisavós, encontram um mapa com um mistério a ser desvendado e um tesouro a ser descoberto, que acaba revelando-se repleto de antigos objetos de família, carregados de significados.


Na equipe, Carlota Albuquerque está na coreografia; Daniel Lion, nos figurinos; Maninha Pedroso, na trilha sonora; e Marco Fronckowiak, no cenário. O elenco é formado por Henri Iunes, Leonardo Barison, Luciene Rivoire, Rafael Guerra, Raquel Alfonsin, Regina Rossi e Zé Benetti. Além de A Casa das Quatro Luas (lançado em 1979), Guimarães escreveu outras obras para crianças, como A onça que perdeu as pintas (1981), Meu primeiro dragão (1983) e O avião que não sabia voar (1986). Temporada até 28 de outubro, com ingressos a R$ 10.
A CASA DAS QUATRO LUAS recebeu oito indicações ao Prêmio Tibicuera 2007 e concorre nas seguintes categorias:

Melhor Espetáculo
Melhor Direção - LUCIANA ÉBOLI
Melhor Figurino - DANIEL LION
Melhor Iluminação - GUTO GRECA
Melhor Trilha sonora - MANINHA PEDROSO
Melhor ator coadjuvante - RAFAEL GUERRA
Melhor atriz coadjuvante - LUCIENE RIVOIRE
Melhor produção - THOR PRODUÇÕES
Espetáculo Locomoc e Millipilli



SINOPSE DA PEÇA

Locomoc e Millipilli: Um Quebra Cabeças Cheio de Aventuras conta a história de um velho maquinista, chamado Locomoc, que anda em busca de sua antiga locomotiva, a Fumacinha. Durante muito tempo, ele deixou que as crianças andassem de graça na Fumacinha até que seu patrão, o Seu Bronca, acaba com a diversão. Ele decide desmanchar a locomotiva e espalhar suas partes por diferentes lugares. Com a ajuda da menina Millipilli, o maquinista vai em busca da locomotiva perdida, numa aventura cheia de situações divertidas e emocionantes, que abordam desde as relações das crianças com os adultos até valores básicos como companheirismo, amizade e solidariedade. Num esforço conjunto, eles conseguem reunir os pedaços da Fumacinha, trazendo novamente diversão para a criançada.

                                   Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Espetáculo
                                   Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Direção
                                   Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Cenário
                                   Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Figurino
                                   Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Atriz coadjuvante
                                   Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Ator coadjuvante

FICHA TÉCNICA

Texto Rainer Hachfeld e Volker Ludwig
Direção Luciana Éboli
Elenco
Alexandre Scapini
Elisa Viali
Margarida Leoni Peixoto
Marcelo Adams
Felipe de Paula
José Benetti
Trilha Sonora Maninha Pedroso
Arranjos Rafael Brasil
Coreografias Carlota Albuquerque
Assistência de Direção Marcelo Adams
Figurinos e Ambientação Cênica Daniel Lion
Locomotiva e Adereços Marco Fronckowiack
Pintura Artística Roberto Fronckowiack
Iluminação Fernando Ochôa
Arte Gráfica Flávio Wild
Realização Thor Produções

Espetáculo Bonequinha de Pano


BONEQUINHA DE PANO estreou em outubro de 2003 no Teatro Renascença, em Porto Alegre, tendo cumprido temporada de sete semanas, sempre com grande receptividade por parte do público e crítica especializada. Em março de 2004 o espetáculo foi indicado ao prêmio Tibicuera 2003, promovido pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, concorrendo em seis categorias, tendo recebido os seguintes prêmios:

                                          Prêmio Tibicuera 2003 de melhor Direção
                                          Prêmio Tibicuera 2003 de melhor Atriz
                                          Prêmio Tibicuera 2003 de melhor Cenário

Em abril de 2004 o espetáculo circulou por 14 cidades do interior do Rio Grande do Sul dentro do Projeto Lâmpada Mágica.


BONEQUINHA DE PANO voltou a cartaz em Porto Alegre nos meses de maio e junho de 2004, cumprindo temporada no Teatro de Câmara Túlio Piva, e em julho e agosto no Teatro do Instituto Goethe. Num total de mais de 60 apresentações vem se afirmando como um espetáculo reconhecido e apreciado pelo público e representativo da cena teatral porto-alegrense.



Em março de 2005 participou da Caravana Sul Sudeste da FUNARTE circulando por cidades do interior do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.



Crítica Antônio Hohlfeldtcultura@jornaldocomercio.com.br

14/11/2003 Enfim, teatro infantil inteligente e sensível

Raras vezes me emocionei tanto em um espetáculo de teatro como ocorreu com “Bonequinha de pano”, original de Ziraldo, que o diretor Dilmar Messias vem apresentando no palco do Teatro Renascença. E se eu chorei desta emoção, muito outro adulto também saiu com lágrimas nos olhos, emoção que diz de nostalgia, de sensibilidade, de inteligência, de humanidade, de arte, enfim, que o espetáculo de Dilmar Messias alcança.Desconhecia que Ziraldo tivesse escrito um texto dramático, diz-me Dilmar Messias que para sua neta. De Dilmar Messias, já conhecia outros belos trabalhos, sensíveis e poéticos, dirigidos às crianças. Mas “Bonequinha de pano” supera tudo, porque alcança aquele difícil patamar de ser emocionado sem ser piegas, de falar para a criança pequena, para a criança maior, para o adolescente e, enfim, para o adulto. É um grande e inesquecível espetáculo esse, e só podemos agradecer ao autor e ao dramaturgo, tanto quanto a toda a equipe, por este momento superior deteatro.Em primeiro lugar, mencione-se o produtor Lutti Pereira, que teve a sensibilidade de descobrir as potencialidades desse texto. Depois, ao cenógrafo Daniel Lion, que triplica o espaço cênico, com as maquetes, atravessando tempos e espaços e criando ambientes lúdicos perfeitos. Maninha Pedroso escreveu belas composições para a trilha sonora, variando climas e evidenciando a plena compreensão das intenções do texto. E Fernando Ochôa foi extremamente cuidadoso e meticuloso com a iluminação, garantindo passagens brilhantes. Há achados simplesmente fantásticos, como a primeira boneca que a bonequinha Pitucha manipula, no lado direito do palco, ou a cena posterior à morte da vovó. Mas, sobretudo, há, sempre, a presença brilhante, dedicada, emocionada, carinhosa e forte da atriz Luciana Éboli, que está absolutamente perfeita, mostrando maturidade, diversificação e domínio, despojamento e introspecção absoluta pela personagem.Não sou muito dado aos adjetivos, mas aqui fiz questão de não poupá-los. De fato, raras vezes um espetáculo me tocou tanto. Definitivamente, Dilmar Messias é mágico, sobretudo quando se trata de teatro dirigido às crianças. “Bonequinha de pano” é absolutamente imperdível, por crianças e por adultos. É teatro, como raras vezes a gente conhece.
(J.C, A Hohlfeldt ,14/11/2003)

texto ZIRALDO
direção DILMAR MESSIAS
elenco LUCIANA ÉBOLI
cenário e figurinos DANIEL LION
trilha sonora e coreografias MANINHA PEDROSO
letras das músicas ZIRALDO e MANINHA PEDROSO
participação nos arranjos DUDA FOLLMANN
voz nas músicas ADRIANA DEFFENTI
efeitos, gravação e mixagem EDU ÉBOLI
operação de som EDU KRAEMER
iluminação FERNANDO OCHÔA
confecção de figurinos LÍGIA RIGO
bonecas e adereços TÂNIA DE CASTRO
fotografias do Bruno e Leninha IARA CARVALHO DOS SANTOS
ilustrações do livro JOSÉ ALESSANDRO
consultoria em preparação corporal JULIANA BROD
projeto gráfico FR3D DESIGN
fotos CLÁUDIO ETGES
divulgação MARIA ESTER CESTARI
produção LUTTI PEREIRA
Thor produções
Histórico da companhia

O grupo de artistas que compõe as montagens da Thor Produções se reuniu a partir da montagem do espetáculo BONEQUINHA DE PANO, que estreou em outubro de 2003 no Teatro Renascença, em Porto Alegre, cumprindo temporada de sete semanas sempre com grande receptividade por parte do público e crítica especializada. Em março de 2004 o espetáculo foi indicado ao prêmio Tibicuera 2003, promovido pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, concorrendo em seis categorias, tendo recebido os seguintes prêmios:

                               

Prêmio Tibicuera 2003 de melhor Direção

Prêmio Tibicuera 2003 de melhor Atriz

Prêmio Tibicuera 2003 de melhor Cenário


Em abril de 2004 o espetáculo circulou por 14 cidades do interior do Rio Grande do Sul dentro do Projeto Lâmpada Mágica.
BONEQUINHA DE PANO voltou a cartaz em Porto Alegre nos meses de maio e junho de 2004, cumprindo temporada no Teatro de Câmara Túlio Piva, e em julho e agosto no Teatro do Instituto Goethe. Em novembro do mesmo ano fez temporada no Teatro Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana e em março de 2005 participou da Caravana Funarte de Circulação Regional, com apresentações no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, e do Projeto SESI crescendo com Arte, no Teatro do Sesi em Porto Alegre. Em sua trajetória, BONEQUINHA DE PANO se afirmou como um espetáculo reconhecido e muito apreciado pelo público e representativo da cena teatral porto-alegrense.


A segunda produção da Thor Produções foi LOCOMOC E MILLIPILLI: UM QUEBRA-CABEÇAS CHEIO DE AVENTURAS, em 2005, que cumpriu temporada no Instituto Goethe, em Porto Alegre, e no Teatro Renascença. Participou do Festival Caxias em Cena, ainda em 2005




Teve oito indicações ao prêmio Tibicuera, tendo vencido nas seguintes categorias:

Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Espetáculo
Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Direção
Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Cenário
Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Figurino
Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Atriz coadjuvante
Prêmio Tibicuera 2005 de melhor Ator coadjuvante

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Lao Tsé, O Caminho...



Achas que podes tomar o universo
E melhorá-lo?
O universo é sagrado,
Não podes aperfeiçoá-lo.
Na busca do conhecimento,
diariamente alguma coisa se adquire.
Na busca do Tao, diariamente alguma
coisa é abandonada.
Cada vez fazemos menos
Até alcançar a não-ação.
O Tao reside no não-fazer
E, no entanto, nada deixa de ser feito.

- Lao Tsé

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nem tudo é fácil / Cecília Meireles

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!

Cecília Meireles